segunda-feira, 30 de novembro de 2015

Nosso primeiro Prêmio!!!

Faz tempo que não posto nada aqui. Muita correria, estudos, trabalhos....mas tive que parar um pouco tudo o que estou fazendo pra fazer essa postagem.

Participamos do IV Concurso Paranaense de Cerveja Feita em Casa, promovido pela Acerva-PR. Foi o nosso primeiro concurso e nos inscrevemos em três categorias:

  • 21A (Spice, Herb or Vegetable Beer) com a nossa Basillicum,
  • 14B (Indian Pale Ale - IPA) com a Sarcophilus,
  • 11C (Northern English Brown Ale) com a Capulus. 

Destas, apenas a Capulus não foi produzida visando o concurso. Estávamos confiantes com a Basillicum (feita com Manjericão e poucos usam esse ingrediente), e a IPA, que vem sendo elogiada pelo pessoal que já experimentou. A Capulus não estávamos botando muita fé porque ela é mais escura do que o estilo pede, apesar de ser um marrom bem intenso, tendendo para o Rubi.

 Bateu a vontade de beber uma?

 A divulgação do resultado foi no dia 28/11/2015, com uma grande festa (infelizmente não pude ir). Pra nossa surpresa, a Capulus ficou em 3º Lugar geral de cervejas escuras. Essa categoria engloba os estilos 4B, 10C, 11A/B/C, 12A/B, 13A/C/E (BJCP 2008) e foram inscritas 17 amostras.

 A premiada!

E pensar que a Capulus nasceu de um erro. Era pra ser uma Irish Red Ale.....kkkkkkkk

Devo confessar que este prêmio foi, em particular, uma surpresa pra mim. Não temos nem um ano de experiência na produção de cerveja caseira e foi nosso primeiro concurso.

Agora é esperar as fichas de avaliação das nossas cervejas e a partir delas, torná-las melhor ainda!

Segue o resultado final do IV Concurso Paranaense de Cerveja Feita em Casa, Acerva-PR

Categoria Leves (18 Amostras - Estilos 1B, 2B, 3A, 6D, 15A e 16A)
1º Lugar: 4FWeizen - Weizen - Oscar Fierro
2º Lugar: WiThiago - Witbier - Thiago Vasconcellos
3º Lugar: 3 - GIRAIAGUA - Standard American Lager - Henrique Cruz


Categoria Pale Ales (15 Amostras - Estilos 6B/C, 7B/C, 8B/C, 9D, 10B e 16B)
1º Lugar: Jandersonpaulo@yahoo.Com.Br - Belgian Pale Ale - Janderson Bonfim
2º Lugar: VIKINGS - Irish Red Ale - Guilherme Lima
3º Lugar: GiraiAblond - Blonde Ale - Henrique Cruz


Categoria American Pale Ale (15 Amostras - Estilo 10A)
1º Lugar: Classic Style #5 - Guilherme Cominese
2º Lugar: APA Lei Seca - Dirlei Wolf
3º Lugar: Arrebatadora De Coracoes (JuliPA Edition) - Juliano Costa


Categoria Escuras (17 Amostras - Estilos 4B, 10C, 11A/B/C, 12A/B, 13A/C/E)
1º Lugar: Vanilla Porter - Robust Porter - Rafael Rossetto
2º Lugar: MAGIS - Robust Porter - Helio Rissio Jr.

3º Lugar: Capulus - Northern English Brown Ale - Rodrigo Brunetta

Categoria Ales Fortes e Bocks (21 Amostras - Estilos 5A/B/C, 9E, 13F, 19A/B/C)
1º Lugar: Pandorga Old Ale - Old Ale - Andreia Hiura
2º Lugar: Betume - Imperial Stout - Ricardo Harmuch
3º Lugar: BW Maison Bleue - English Barleywine - Wiliams Souza Jr.


Categoria IPAs (25 Amostras - Estilos 14A/B/C)
1º Lugar: Nummer 02 BinhoBier IPA - American IPA - Fabio Schlichting
2º Lugar: MAGIS - American IPA - Helio Rissio Jr.
3º Lugar: IpanElla - English IPA - Ricardo Pena


Categoria Belgas (23 Amostras - Estilos 16C/D, 18A/B/C/D/E)
1º Lugar: Dark Belgie - Belgian Dark Strong Ale - Roverli Ziwich
2º Lugar: Prophanna 4teen Months - Belgian Blond Ale - Matheus Mello
3º Lugar: Belgian Tripel - Belgian Tripel - Leonardo Soares


Categoria Sour, Frutas e Especiarias (17 Amostras - Estilos 17A/C/D, 20A, 21A/B)
1º Lugar: Moonshine Oud Bruin - Flanders Brown Ale/Oud Bruin - Rafael David
2º Lugar: Vanila Shake - Spice, Herb, or Vegetable Beer - Diego Nery Soares
3º Lugar: Berliner Hammes - Berliner Weisse - Marlon Hammes


Categoria Defumadas e Amadeiradas (15 Amostras - Estilos 22A/B/C)
1º Lugar: Chancho - Classic Rauchbier - Marlon Hammes
2º Lugar: Smoked Robust Porter - Other Smoked Beer - Ricardo Pena
3º Lugar: Terminator (Doppelbock defumada) - Other Smoked Beer - João Roberto Melo da Silva


Categoria Especialidades (15 Amostras - Estilos 16E e 23A)
1º Lugar: Sour Saison Com Butiá - Specialty Beer - Edivan Zuanazzi
2º Lugar: TV Session IPA - Specialty Beer - Thiago Vasconcellos
3º Lugar: Prophanna Citrus TypeFour (Hop weiss) - Specialty Beer - Matheus Mello


Categoria Hidroméis e Sidras (11 Amostras - Estilos 24AB, 25C, 26A/C, 27A e 28D)
1º Lugar: Hophead Mead - Metheglin com lúpulos e mel de Mandaçaia - Daniel Dallagassa
2º Lugar: Melomel seco com amoras e framboesas - Other Fruit Melomel - Henrique Hertel
3º Lugar: Bouchet Cacau - Open Category Mead - Henrique Hertel


Best of Show
1º Lugar: Chancho - Classic Rauchbier - Marlon Hammes
2º Lugar: Classic Style #5 - American Pale Ale - Guilherme Cominese
3º Lugar: Hophead Mead - Metheglin com lúpulos e mel de Mandaçaia - Daniel Dallagassa

terça-feira, 14 de julho de 2015

AraQuiBrun...WTF?

Salve!

Então...conforme prometido, segue a explicação: Por que AraQuiBrun?

Todos aqueles que fazem cerveja passam pelo desafio de dar um nome à sua cerveja/cervejaria. Alguns tem facilidade, outros nem tanto (foi o nosso caso!)

Desde que começamos a fazer cerveja em casa, nos questionávamos que nome daríamos. Inicialmente pensamos em dar um nome alemão, como referência a escola Alemã. Mas cá pra nós...tem muita gente fazendo isso. Além do mais, todos os nomes que pensamos já estavam sendo usados e alguns registrados.

Pensamos em nomes em inglês, mas só porque soa chique! kkkkk

Depois partimos para nomes em português, mas todos soavam como nomes de cachaças, daquelas bem artesanais que você encontra por aí!

Pensamos em nomes que pudessem homenagear Curitiba e um nome surgiu: Batel.
Pra que não sabe, Batel é  um bairro nobre de Curitiba, e a origem do nome vem do latim Battellum, que significa pequena embarcação.

Não lembro onde li, mas muito antigamente, havia uma festa que comemorava a estação da Primavera com uma festa onde é hoje a Av. do Batel. Segundo contam, um italiano trazia sua produção de queijos, vinhos, pães, flores, etc, num pequeno barco (Batel) que havia sido adaptado para uma carroça. Numa destas festas, o Batel encalhou e lá ficou. Depois disso, a população sempre fazia referência ao local como rua do Batel. Há outros relatos para a origem do nome do bairro, mas sinceramente não sei qual é a correta.

Enfim, o nome Batel, que além de homenagear um bairro de Curitiba, daria uma ideia legal para um rótulo. Por exemplo, um barco carregado de cerveja....(se você copiar a ideia, quero direitos autorias...kkkkkk). Mas mesmo assim, ainda não sentíamos que esse poderia ser o nome. Parecia que faltava algo. Dar nome pra sua cerveja é como dar nome a um filho. Você tem que olhar na cara dele e ver qual nome combina.

Então o impasse continuava...há alguns meses. Um belo dia, Maneco e sua namorada Eda Maria estavam viajando e começaram a trocar ideias. Começaram a fazer um jogo de palavras usando nossos nomes, sobrenomes, apelidos, etc. De repente surgiu AraQuiBrun. Um nome sonoro e ao mesmo tempo com personalidade. Quando o Maneco ligou pra mim e contou que havia encontrado o nome, eu pensei. Carai....ficou Tesão, Piá! kkkkkk
Esse nome vem das iniciais de nossos sobrenomes: Araium, Quintilham e Brunetta

Fizemos uma pequena pesquisa de mercado e muita gente gostou do nome. O curiosos queriam saber o que significava, outros achavam que parecia uma palavra mágica. Putz...mágica? Olha a ideia surgindo pra fazer o rótulo!

Cerveja, caldeirão, três barbudos fazendo cerveja, mágica....rótulo pronto. Melhor mostrar do que explicar...kkkk

 Print do nosso rótulo. Quer ver ele completo? Então compre nossa cerveja...kkkk

Queríamos colocar nossas caricaturas no rótulo, mas fica muito carregado de informação. Por enquanto ficaram esses fantasminhas redondos aí....kkkkk! Mas já estou com ideias de mudar os magos. Particularmente, vai ficar show!

Decidimos colocar o nome das cervejas produzidas no caldeirão. Basillicum é o nome de Manjericão em Latim, já que nossa HopWeiss leva manjericão na receita. 

Além da HopWeiss, produzimos uma Weizen (Rusticus) e uma Northern Brown Ale (Capulus), que aliás, tem sido muito bem aceita!

Agora chega de historinhas....próximos posts vamos nos dedicar ao que interessa....fazer cerveja!!!!!

Abraço!

Brunetta

quinta-feira, 11 de junho de 2015

Equipamentos

Nesse segundo post eu ia contar como surgiu o nome AraQuiBrun, mas como o rótulo ainda não está pronto (tá quase saindo), vou deixar pro próximo post.

Muitos que querem começar a fazer sua própria cerveja, esbarram no primeiro desafio: que equipamento comprar? Existem várias opções e maneiras de montar o equipo, mas tudo depende de quanto seu bolso aguenta!
Existe no mercado alguns kits prontos, sendo alguns até automatizados. Mas sinceramente, se você que tá lendo este post e quer começar a fazer sua cerveja, não pule direto para os automatizados. A não ser que você tenha bala na agulha e não se importa em investir pesado.

Mas porque não investir num equipamento automatizado?  Talvez eu seja antiquado, pois aprendi a fazer desenhos técnicos na mão com caneta nanquim antes de pular pro AutoCAD, fazer conta com papel e lápis antes de usar calculadora, usar o DOS antes do Windows, programar em Basic antes do C++, etc. Eu acho extremamente importante fazer cerveja no braço, usando escumadeira e canequinha. Assim você realmente aprende o processo e a arte de fazer cerveja.

Se você quer fazer litragem pequena de cerveja e quer usar grãos, aconselho o método BIAB (Brew In A Bag), que consiste em usar saco de Voil (por exemplo) onde você coloca os grãos e tudo isso vai numa só panela. Isso é prático e não requer um investimento alto. Nós da AraQuiBrun usamos esse método quando queremos testar alguma receita mirabolante ou fazer testes. A panela ideal pra usar nesse método é a tal Espagueteira, assim você acomoda o saco dentro da peneira da panela.

Agora, se você quer partir pra litragens maiores, algo em torno de 20L ou mais, aí o ideal é partir para os panelões. Nossa "cozinha" comporta até 50L. Pra isso utilizamos a seguinte composição:

- 1 panela de alumínio nº 40 (45L) para água de lavagem, com válvula.
- 1 panela de alumínio nº 45 (68L) para mostura, com válvula, medidor de nível e filtro tipo "bazooka".
- 1 panela de alumínio nº 45 (68L) para fervura, com válvula.
- 1 chiller de contra-fluxo (fabricação própria).
- 2 baldes alimentícios de 50L cada.
- 1 geladeira com termostato.
- 3 fogareiros de alta pressão.
- 2 bombas.
- 1 termômetro eletrônico.
- Pá cervejeira, densímetro, proveta, balança, sifão, etc.


A "cozinha" montada, com bomba de recirculação e clarificação

Chiller de contra fluxo de fabricação própria

Detalhe do termômetro eletrônico. Junto com ele tem um regulador de velocidade de uma das bombas.

Detalhe da "Bazooka"

Ahhh...mas aí você tá pensando: "Os caras já tem todo um aparato montado no esquema e vem falar pra mim pra usar canequinha, tudo no braço!!!"
Essa é a nossa configuração atual. No início só tínhamos as panelas, um fogareiro (pensa no trabalho!) e termômetro normal. Fomos aprimorando a medida que nosso bolso permitia, porque criatividade é o que não falta.
O termômetro eletrônico, além de ser rápido para medir e preciso, tem a possibilidade de instalar uma resistência elétrica no qual ele pode controlar a temperatura que você programar. Isso é o próximo passo que estamos fazendo, para não ficar precisando controlar a temperatura das rampas só no fogão. No método BIAB a gente já faz isso! :P

A construção do Chillher de contra fluxo foi baseada nesse vídeo:


Utilizamos 8 metros de tubo de cobre de 1/2", porém descobrimos mais tarde que não era o suficiente para resfriar todo o mosto até a temperatura de inoculação do fermento. A saída foi usar uma antiga choppeira ligada após o chiller de contra fluxo, onde colocamos água e gelo e assim conseguimos resfriar tranquilamente 50L de mosto até a temperatura de 20ºC em apenas 15 minutos.

Resfriamento do mosto.

Temperatura final do mosto.

Detalhe da choppeira pra ajudar a resfriar o mosto.

E para fermentar e maturar, nada que uma antiga geladeira com termostato não resolva. Aliás, sobre essa geladeira, ela tem 45 anos de idade e pertence a minha mãe! rsssss
No balde fermentador colocamos um poço termométrico. Assim garantimos que a fermentação seja na temperatura programada!



Essas fotos foram tiradas durante a produção de uma Weizen que já está em processo de maturação.

Fiquem à vontade em perguntar, pois sei que muitos ainda tem dúvidas sobre a montagem de equipamento. Sobre o chiller de contra fluxo, se você que está lendo se interessar, podemos montar um pra você! ;)

Até!

segunda-feira, 4 de maio de 2015

E assim nasceu a AraQuiBrun Cerveja Artesanal

Primeiro post, então seria legal contar como tudo começou....

Quem já provou cerveja artesanal ou gourmet, sabe o quanto é prazeroso tomar uma cerveja de verdade! Pra ser sincero, nem lembro qual foi a primeira cerveja que tomei que me fez sair desse sucos de milho. Só sei que depois que comecei a beber cerveja de qualidade, nunca mais gastei um centavo com essas "cervejas" comerciais.
Como todo bom brasileiro que acha que tudo que é importado é melhor, comecei a beber cervejas alemãs, belgas, inglesas, etc. Mas tinha momentos que isso doía o bolso...rsss

Um belo dia, meu amigo Hell, um dos fundadores do BOG - Boulevard Owner's Group, fórum e moto grupo destinados a proprietários de motos Suzuki Boulevard, estava fazendo uma viagem pela região Sul e iria passar por Blumenau. Resolvi acompanhá-lo e visitar outros Bogers. A noite, saímos para jantar e o pessoal nos levou até a Cervejaria Eisenbahn. Como eu não conhecia as cervejas (só tomava importada), me sugeriram uma sequencia que eles serviam com 4 estilos de cerveja: Pilsen, Weizenbier, Pale Ale e Dunkel.



Todas elas extremamente deliciosas, mas a Weizen foi a que mais me chamou a atenção!Isso foi em 2010.

A partir daí descobri que haviam muitas cervejas nacionais realmente muito boas! Uma delas é a BodeBrown, cervejaria muito premiada, com cervejas sempre bem lupuladas, aromáticas e marcantes. E o melhor, aqui de Curitiba!

Comecei a frequentar a fábrica aos sábados e encher meu Growler sempre que podia. Meu amigo Prof. Maneco, membro do extinto Moto Clube Gralhas, já frequentava a BodeBrown a mais tempo que eu e tinha amigos que faziam suas próprias cervejas. Na fila pra encher o Growler, obviamente a conversa era sempre sobre cerveja e do nada, como se fosse mágica, surgiu a ideia:


Vamos fazer nossa cerveja!

Pow!!!! Legal!!!! Quando???
Não tínhamos ideia por onde começar! Trocamos ideias com pessoas que faziam cerveja e pesquisamos muito. Nesse meio tempo, convidei meu amigo Ernesto, vulgo Cruel (que conheci através do BOG), a ir na BodeBrown para experimentar as cervejas e comentei com ele que eu e o Maneco iríamos começar a fazer cerveja. Então ele indagou que tinha grande interesse em participar.

....e assim nasceu a AraQuiBrun!!!

Isso foi em 2015...e ainda estávamos meio perdidos por onde começar. Então, o Maneco comentou que tinha conhecido um cara, super gente boa e que tava disposto a nos ajudar. Esse cara era simplesmente o Mario Coppini...alguém conhece? rssssss
O Mario nos orientou o que comprar pra começarmos a fazer cerveja em casa. Também nos ajudou com a primeira receita, uma HopWeiss. A ideia era testar nosso equipamento. Praticamente tudo ocorreu como planejado, exceto a parte do resfriamento. Nós fabricamos um schiller de contra-fluxo, mas o tamanho não foi o suficiente para resfriar 40L de mosto. Bom, fizemos tudo o que podíamos pra resfriar até a temperatura de inoculação do fermento.

Bom, pra resumir, 20 dias depois, esse foi o resultado:


Da esquerda pra direita: Brunetta, Maneco e Cruel

Pra primeira cerveja, até que saiu boa!

Basicamente foi isso! No próximo post vou contar a história do nome AraQuiBrun e seu significado!